quinta-feira, 27 de novembro de 2008



Protesto reúne milhares de educadores. Velório é realizado em praça pública
26/11/2008 - 18:10
Mais de três mil trabalhadores estaduais da educação participaram na quente tarde desta quarta-feira 26, em Porto Alegre, de um ato público. A atividade, que marcou o 13º dia de greve da categoria, foi finalizada com o enterro simbólico das mazelas do Governo Yeda. O Comando de Greve protocolou, no Palácio Piratini, um documento solicitando uma audiência com a governadora do estado para discutir o abono dos dias parados e a efetividade. Na sexta-feira 28, os educadores reúnem-se em assembléia geral, no Gigantinho, para avaliar o movimento.
O calor de 30ºC não foi suficiente para impedir uma caminhada pelas ruas centrais da capital gaúcha. A passeata começou por volta das 14h15, em frente à sede central do sindicato, na avenida Alberto Bins 480, ,e se deslocou até o Palácio Piratini, passando pelas ruas Otávio Rocha, Dr. Flores, Salgado Filho, Borges de Medeiros, Jerônimo Coelho e Espírito Santo. Em cartazes, a categoria protestava contra a corrupção instalada no governo do estado. Uma das frases fazia alusão à mansão adquirida pela governadora por um preço inferior ao de mercado - "não tem dinheiro para a educação, mas tem para comprar mansão". A compra ainda não foi explicada.
O conflito estabelecido pela governadora com os servidores foi combatido durante a manifestação. O aprofundamento dos ataques aos trabalhadores em educação é interpretado como uma política deste governo. Para o CPERS/Sindicato, é papel do governo negociar com os servidores, o que não está sendo feito. "Este governo vai ter de dizer o que é prioridade: a educação ou a corrupção", disse a presidente do sindicato, Rejane de Oliveira. Segundo a dirigente, estamos diante de um governo incapaz para cuidar da educação e mais incapaz ainda para governar o Rio Grande.
Manifestações durante o ato público desta tarde reafirmaram que a greve não é mais só dos educadores, é da sociedade gaúcha, que apóia o movimento. "Não perdemos nenhuma enquête feita pelos meios de comunicação durante a paralisação", ressaltou o presidente do Sindicaixa, Erico Correa. Além de aumentar seu próprio salário em 143% e dos seus secretários em 89%, a governadora concedeu uma gratificação para os secretários. Gratificação defendida publicamente pela secretária da Educação, Mariza Abreu. Enquanto isso, para os servidores que lutam por seus direitos, a resposta é o corte de ponto e de salário. Trata-se de um governo marcado pela corrupção, que recebe quem roubou do Detran e da Secretaria de Cultura, mas se nega a receber os educadores.
O enterro simbólico da corrupção instalada no Estado pelo atual governo marcou o encerramento da atividade. Foram enterrados, entre outros, a enturmação, a multisseriação, a falta de professores, os 26% do orçamento para a educação, os 143% de aumento para a governadora, o aumento de 89% para secretários e alguns CCs, o corte de ponto dos educadores, a falta de democracia, a compra ainda não explicada da mansão da governadora e as bombas contra o povo.
João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato

3 comentários:

  1. Uma coisa eu não entendo... Porque os professores querem receber pelos dias que não trabalharam? Tudo bem, acho justo a reivindicação dos professores pelos melhores salários, afinal, são os professores que preparam advogados, médicos, arquitetos, policiais, bombeiros, pessoas tão importantes no nosso dia a dia para a vida profissional, porém, nada mais justo que se não trabalhar, não receber por isso. Por exemplo, se qualquer trabalhador da iniciativa privada faltar ao trabalho, não irá receber por esse dia, portanto, os professores tem o direito sim de reivindicar, porém, querer ganhar pelos dias que eles quiseram por livre e espontânea vontade ficar sem trabalhar é muito coisa.

    Segue aqui a opnião de uma pessoa leiga, que só está acompanhando as notícias e que nem de perto está ligado a qualquer que seja iniciativa política.

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  2. Bom encontrar mais este espaço relacionado ao sindicato e a categoria. Pena que ainda pouco frequentado. Gostaria de saber como colaborar. Acredito que seria interessante estimular a participação dos núcleos e mesmo individual.

    Daniel - Estância Velha

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  3. Prezado Gilberto:
    Concordo contigo quando dizes que na iniciativa privada um trabalhador que não comparece ao trabalho não recebe. Digo mais: no setor público também, por que não foi feito o trabalho do dia. Só que no magistério é diferente, pois os trabalhadores da educação terão de recuperar todos os dias letivos até completar as 800 horas/aula. Por este motivo o corte do ponto e o desconto dos dias não se justifica, pois não é possível que os educadores trabalhem dez dias em janeiro de graça, já que quem trabalha tem que receber e não é feita folha complementar.

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